quarta-feira, 14 de setembro de 2011


O risco de agendar um parto cesárea sem necessidade
     Novo estudo mostra que o risco de morte do bebê que nasce antes de 39 semanas é maior do que aqueles que chegam ao fim da gestação. Confira Ana Paula Pontes e Malu Echeverria.
     Cada vez mais os estudos confirmam e alertam o quanto adiantar o parto sem necessidade, mesmo que em poucas semanas, traz riscos para o bebê. Um deles, publicado este mês na revista científica Obstetrics & Gynecology, revelou que antes de 39 semanas há risco de morte para a criança.Para chegar a essa conclusão, os cientistas da March of Dimes Foundation, uma organização não governamental que encabeça campanhas nos Estados Unidos para evitar nascimentos prematuros, analisaram mais de 46 milhões de nascimentos, usando dados do National Center for Health Statistics U.S. O resultado revelou que a taxa de mortalidade infantil era de 1.9 para cada 1.000 bebês nascidos na 40a semana de gestação e subia para 3.9 para aqueles nascidos pouco antes, na 37a semana. De acordo com Antônio Júlio de Sales Barbosa, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Catarina (SP), a pesquisa apenas reforça o que já é sabido entre os obstetras. "São considerados prematuros bebês que nascem com menos de 37 semanas. Mas isso não quer dizer que aquele que chegou até a 37a já possa nascer. Não é bem assim. Eles ainda têm um pequeno cumprimento de maturidade pulmonar a ser vencido – o que acontece entre a 38a ou 39a semana", diz.E o especialista reforça, ainda, que, mesmo na 38a semana, as cesáreas eletivas (agendadas sem necessidade) podem trazer surpresas, ao acarretar em complicações para os bebês, como infecções respiratórias, febre, alteração na temperatura.    
     "Parece que uma semana é pouco, mas para o bebê na barriga é muito", afirma Júlio.Sobre problemas respiratórios, aliás, cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, já haviam mostrado como o risco de complicação acaba sendo maior para quem nasceu antes da hora. Eles avaliaram mais de 230 mil partos feitos entre 2002 e 2008 em hospitais dos Estados Unidos. Cerca de 7 mil bebês tiveram de ser internados em UTIs, sendo que, destes, mais de 2 mil sofreram de problemas respiratórios. Entre os casos de pneumonia, por exemplo, o problema caiu de 1,5% entre os que nasceram de até 38 semanas para 0,1% na 39ª semana.No Brasil, a maioria dos nascimentos na rede particular ainda é feita por cesáreas. O maior problema é o crescente número de cesáreas eletivas, ou seja, quando a cirurgia é agendada antes de a grávida entrar em trabalho de parto. Um dos riscos envolvidos é a chance de o médico errar no cálculo gestacional e o bebê nascer prematuro. Com isso, a criança deixa de ganhar peso e de amadurecer os pulmões, e ainda corre o risco de precisar ser internada em uma UTI neonatal por conta da prematuridade. "Muitas cirurgias são feitas sem necessidade, apenas por comodismo, tanto dos pais da criança, que querem se organizar melhor, quanto dos médicos, que não precisam desmarcar consultas para realizar um parto a qualquer momento", diz Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês (SP). Nos Estados Unidos, dados do March of Dimes mostram que 543 mil bebês (1 a cada 8) nascem prematuramente.A situação é diferente quando a mãe entra em trabalho de parto e, no meio do caminho, é preciso realizar uma cesárea. A chance de a criança ter problemas pulmonares é menor porque, durante o processo, segundo Pupo, há uma série de transformações que acontecem na criança que a deixam mais preparada para sobreviver fora do útero. "Não se deve interferir num processo natural, a não ser em casos específicos em que há risco de vida para a mãe e o bebê". A data provável dos partos é em torno de 40 semanas de gestação. E, se mãe e filho estiverem bem, esse prazo pode se estender até 41 semanas e 6 dias.
     Por que o número de cesárea só cresce?Por falta de informação , incentivo do médico ou até mesmo por medo do parto normal, as gestantes tendem a acreditar que a cesárea é o tipo de parto mais seguro. Mas os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que é justamente o contrário. Um estudo, que avaliou mais de 100 mil nascimentos em países asiáticos, mostrou que as grávidas que passaram por uma cesárea têm mais de sofrer complicações sérias, que podem levar à morte. Caso a cesárea seja realizada antes da mulher entrar em trabalho de parto e sem indicação médica, os riscos são 2.7 vezes maiores do que no parto vaginal, segundo as estatísticas. Já no caso dos partos cirúrgicos feitos antes do trabalho de parto, mas com indicação médica, o número cai para 2.1.Ainda assim, se numa roda de conversa com outras mães, você perguntar quem teve parto normal, vai perceber que as estatísticas sobre o parto cesárea no mundo são mesmo alarmantes.                                        
   Dados do The NHS INformation Centre, na Inglaterra, por exemplo, mostram que 25% dos partos no Reino Unido, entre 2008 e 2009, foram cirúrgicos. Já nos Estados Unidos, em 2005, esse índice já era de 30,2%. No Brasil, os números são ainda mais assustadores. Somente no SUS, 33,25% dos partos realizados em 2008 foram cirúrgicos, de acordo com o Ministério da Saúde, o que representa cerca de 655 mil cesáreas. Todos esses dados contrariam a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que determina que esse tipo de parto represente somente entre 10% e 15% do total realizado em um país.
        Os benefícios do parto normal
     Para o bebê: esse tipo de nascimento é bom porque segue o processo natural. Ela nasce na hora certa, a não ser nos casos de prematuros. Existem várias evidências e especulações de que o trabalho de parto não é meramente uma atitude física de expulsão do bebê, e sim uma alteração de padrão hormonal em que há liberação de hormônios pela mãe e bebê que sinalizam que o momento de nascer está chegando. Outro beneficio é que o tórax do bebê é comprimido ao passar pelo canal de parto, o que faz com que ele expulse secreções das vias respiratórias, tornando-o mais adaptado a respirar.Para a mãe: além do aspecto psicológico, da satisfação da mulher em poder dar à luz, a recuperação é mais rápida e são menores as chances de complicações após o procedimento, como sangramentos ou infecções, por exemplo.
     Quando o parto cesárea é realmente necessário?
    -->Quando a placenta cobre parcial ou totalmente o colo do útero, impedindo a saída do bebê, a chamada placenta prévia;
   --> Se o bebê está atravessado, mas antes é possível tentar ajudá-lo a  ficar na posição correta; 
     --> Em casos raros de doenças cardíacas;
  --> Nos casos em que a gestante tenha aids com varga viral muito alta ou desconhecida;
    --> Quando há descolamento prematuro de placenta;
    --> Se a abertura do colo da mãe é pequena para o bebê, algo que ocorre em menos de 5% dos partos;
   --> Caso a mãe tenha herpes genital com lesão ativa até um mês antes do parto; 
   --> Nas situações em que o cordão umbilical penetra no canal de parto antes do bebê;            
  --> Se há diminuição drástica no fluxo de oxigênio ou nos batimentos cardíacos, o que ocorre em apenas 1% dos partos.


Fonte: 300 respostas da Crescer sobre gravidez

                          Depressão pós-parto atinge um em cada 10 homens
Publicada em 30/05/2011 às 13h02m - O Globo - RIO - De acordo com uma pesquisa do Fatherhood Institute, um em cada dez pais têm depressão pós-parto devido às mesmas causas que atingem uma em cada sete mães: as mudanças na vida devido ao nascimento do bebê, falta de sono e aumento da responsabilidade. Se a parceira estiver deprimida então, aí é que a probabilidade de depressão pós-parto masculina aumenta, segundo a pesquisadora Adrienne Burgess.Homens e mulheres com doenças mentais pré-existentes têm mais risco de desenvolver depressão depois do nascimento dos filhos, mas nos homens isso pode acontecer ainda durante a gravidez, quando o relacionamento começa a mudar. Os homens podem se sentir deixados de lado enquanto suas parceiras viram o centro das atenções.Tanto mães quanto pais podem se sentir cansados, estressados e culpados como consequência da depressão, mas reagem de forma diferente, o que pode tornar o diagnóstico mais difícil. Os homens ficam bravos e podem passar a beber demais e se envolver em relacionamentos extraconjugais. Já as mulheres ficam tristes.A saída, segundo especialistas, é procurar terapias variadas e até massagem para aliviar a tensão, além de optar por uma dieta balanceada. Escrever os sentimentos em um diário também pode ser uma solução.A pesquisa também mostra que o impacto emocional e comportamental da depressão dos pais nas crianças pode ser constatado aos 11 anos e meninos são mais afetados que meninas.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/05/30/depressao-pos-parto-atinge-um-em-cada-10-homens-924560097.asp#ixzz1O3FEEiTV© 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e 
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Postado por Isabel